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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Para começo de conversa - 3 25/08/2011

Tenho a sensação que há, neste momento, um grupo significativo de pessoas pensando seriamente nos acontecimentos globais e especialmente nas permanentes idiossincrasias brasileiras. Os abalos econômicos e as dívidas expostas de países ricos – europeus e Estados Unidos  – que beiram ao calote, afloram avaliações sobre os sistemas democrático e capitalista. Interessei-me sobre o assunto de um newsletter sobre cultura e filosofia, que destaca a entrevista do sociólogo polonês Zygmund Bauman. 
Impressionou-me sua lucidez. Ele vive na Inglaterra e tem 86 anos. É considerado intelectual e importante pensador contemporâneo. Com a simplicidade dos sábios, na entrevista ele falou da condição social no mundo pós-moderno, teorizou sobre a sociedade fragmentada na qual vivemos, da necessidade de criarmos nossa própria identidade, do mundo indeterminado e dessa posição de dependermos um do outro. Falou dos laços humanos, da ambivalência da vida, da felicidade e do futuro da democracia.
Parei neste ponto e estabeleci relação com artigo  de outro sociólogo brasileiro, Elimar Pinheiro do Nascimento, sobre idêntico assunto leia o artigo publicado neste blog: "A democracia sobreviverá ao século 21?".
 É tema inquietante e merece atenção. O problema é a inexistência de alternativas seguras e confiáveis para o futuro do sistema democrático neste momento. O artigo exposto a seguir é a minha tentativa de refletir essa questão na mídia, a começar neste blog crítica & afago.

A decisão que nos compete

As vozes estão aumentando de intensidade. Surgem aparentemente isoladas, vindas de todas as partes do planeta, também do Brasil. Identificam-se com o questionamento de pessoas comuns, mas essa sinalização é forte quando estabelecida por intelectuais respeitáveis: Qual o futuro da democracia?
Há a percepção generalizada de que vivenciamos a decadência da democracia. Em instigante entrevista, no mês passado, o sociólogo polonês, Zygmund Bauman – considerado importante pensador contemporâneo –, fundamenta tal percepção e aponta o divórcio entre o poder e a política como um dos responsáveis. O Estado está fragilizado e não tem poder suficiente para manter todas as promessas que fez 50 anos atrás aos cidadãos. Se isso acontece, qual a moral do Estado em honrar as suas promessas mais recentes, as de hoje?
Aqui, as pessoas não aguentam mais a impunidade. A política se desqualifica por integrar e ser artífice dos escândalos e crimes praticados em todas as instâncias por homens do governo, partidos e representantes legítimos do povo. A qualidade da democracia é duvidosa, porque o Estado oferece cada vez menos aos cidadãos. O interesse dos espertos é fazer com que sejam subcontratadas as funções que o próprio Estado deveria desempenhar. A injustiça incomoda. Fica evidente o vigoroso comércio estabelecido, por trás de tudo, que massacra a vida de todos. Não honrando a histórica base democrática, o Estado e os políticos transgridem a ética e a moral, são coniventes artimanhosos. Com os seus interesses privados, enganam e impõem práticas não distantes das de regimes totalitários. A lenta e frágil Justiça brasileira, ao não fazer adequadamente o que lhe compete, se encarrega de fechar o círculo tenebroso que agride e decepciona a sociedade.
Não há como se ser indivíduo numa sociedade tirana. Deve haver cooperação mútua entre o indivíduo autônomo e a comunidade autônoma. Entretanto, o exagero de determinados poderes corrompem o espaço sagrado do indivíduo e da comunidade. O privado está a manipular regras e impor interesses que mascaram até mesmo o voto do cidadão. O voto, desacreditado, é feito pela obrigatoriedade. Esse panorama é mais visível e entendido quando praticado na casa dos outros, mas ocorre dentro do nosso próprio espaço brasileiro, estadual e municipal. Não há partido, governo ou legislativo que passe por sério crivo de avaliação. Os pecados e crimes estão na vitrine e a tirania despreza a queixa das ruas. Um dia esse movimento explode.
Segurança e liberdade são indispensáveis para a vida satisfatória, Na falta deles, não se consegue vida digna. Segurança sem liberdade é escravidão e liberdade sem segurança é o caos. O dilema contemporâneo é identificar a fórmula ideal para os dois. Talvez não consiga, é incógnita. Enquanto isso a sociedade convive com os aproveitadores, com os que detém o poder do dinheiro, o poder do Estado e o poder das leis. A irresponsabilidade e a corrupção correm soltas e são explícitas nesse meio, sem punições. A lei protege a corrupção, é o que está fundamentado no Brasil. E a sociedade fraqueja, por mais que perceba as anomalias.
Então, qual o futuro da democracia? O assunto dominou seminário realizado na Université Internationale d´Été, França, em 2010 e em junho último. Elimar Pinheiro do Nascimento, sociólogo e diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília, deixa a questão inquietando no artigo “A democracia sobreviverá ao século 21?”, publicado em maio e que está exposto no blog Crítica & Afago na internet. Ele aponta cinco argumentos: o declínio da representação e funcionalidade do espaço político democrático; a dificuldade de diversos povos e culturas do Sul se regerem sob o regime democrático – o mundo islâmico, por exemplo; o deslocamento do processo decisório do espaço público para o espaço privado; a constatação que o espaço da política deixa gradativamente de ser o espaço originário das mudanças sociais; e, finalmente, a crise ambiental que suscita dúvidas sobre a capacidade de os regimes democráticos implantarem políticas consistentes para enfrentar os riscos das mudanças climáticas.
Percebe-se que o tema fermenta e é consistente. A sociedade brasileira vai ter que conviver com a questão que lhe diz de perto, por estar ainda submissa à insensatez do Estado, à má gestão de governantes e sofrendo com o baixo nível político estabelecido no nosso país. É inqualificável e corrosivo o volume de partidos existentes no país, insignificantes com as suas propostas e sem oferta de políticas públicas. Todos sugam seiva vital da sociedade. São os sociólogos que expandem suas preocupações neste momento. Todas elas convergem para a mesma identidade das análises. A reflexão ganhará dimensão entre nós comuns, por certo, que sofremos na carne as arbitrariedades políticas, governamentais e do sistema. Qual o futuro da democracia? É de se pensar. A decisão nos compete.

Carlos Karnas
23/08/2011

Este artigo foi publicado na página 2 - "Ideias&" do jornal O Vale (SJC), edição do dia 1º de setembro de 2011 e por Coletivanet em 5 de setembro de 2011

domingo, 21 de agosto de 2011

Para começo de conversa - 2 21/08/2011

Amigos e amigas, pessoas conhecidas e desconhecidas tiveram a curiosidade de acessar este blog na sua primeira exposição pública ontem (20/08/2011). Mandaram-me mensagens e comentários particulares. Alguns informaram que estão indicando para outros a leitura deste crítica & afago. Seis mensagens de leitores me chegaram do exterior. Surpreenderam-me amigos e conhecidos, ou que passeiam ou se dedicam a aprimoramento de estudos em países estrangeiros. O traço comum de todos é a preocupação com assuntos e temas relevantes brasileiros, que dizem respeito à cidadania. Portanto, agradeço a atenção, o carinho e a receptividade.

Aos tantos que me escreveram, aos que exercem a política e cargos públicos ou eletivos, digo-lhes que o meu compromisso é com a justiça, com a integridade, honra e dignidade; com responsabilidade, seriedade e nobreza; com a honestidade e transparência como a política deve ser exercida. Não fosse essa razão, o blog crítica & afago poderia não ter sido criado. Este mural público também merecerá observação quanto ao comportamento da imprensa, dos veículos midiáticos que não estejam afinados com fatos e a notícia isenta, por estarem atrelados ao "jornalismo chapa branca", oficial. Esse é o perfil dramático e emblemático na região que habito, no interior de São Paulo, o Vale do Paraíba.

O artigo de hoje

Existem questões de maior grandeza, por certo, de natureza e interesse universal. Pois, hoje, exponho importante artigo do sociólogo Elimar Pinheiro do Nascimento, diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. Ele tem formação e pós-graduação em universidades da França, viveu e desenvolveu trabalhos em países africanos e participou de governos e no assessoramento de políticos brasileiros sérios, íntegros.

O pernambucano Elimar é meu amigo. Partilhamos a classe ginasial no Colégio São Pedro, em Porto Alegre - RS. Lembro-me dele como orador potente, de dar inveja. Sensível e afavelmente contundente, emocionava. Cativava colegas e plateia com o seu discurso lúcido e engajado. Considero-o um estudioso aplicado e pensador brasileiro que sabe instigar. No seu currículo há inúmeros trabalhos políticos e sociológicos publicados. Presentemente ele aprimora estudos nos Estados Unidos, depois de uma passagem pelo Canadá. Mantemos contato aproximado por e-mail. Num deles me informou do seu artigo "A democracia sobreviverá ao século 21?", publicado na edição de 30 de maio deste ano, no jornal Correio Braziliense. Pois é este artigo do sociólogo Elimar Pinheiro do Nascimento que exponho a seguir, para leitura e pensar, com o generoso consentimento do autor.

A democracia sobreviverá ao século 21?


Elimar Pinheiro do Nascimento
Sociólogo.
Diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília


A democracia é uma das mais belas invenções da sociedade moderna. Não é algo completamente novo, com suas raízes encravadas na Grécia Antiga, nem nasceu de repente, resultado de um longo processo social que ocorreu na Europa entre os séculos 18 e 20.

A democracia transformou-se, juntamente com a produção capitalista, no projeto europeu da modernidade, que se disseminou no mundo de maneira desigual. O capitalismo vingou um pouco em toda parte, a democracia encontrou mais resistências. A novidade é que essas resistências parecem crescer hoje em dia. Esse foi um dos temas abordados pela Université Internationale d´Été, em evento que teve lugar em Poitiers, entre 27 e 30 de novembro de 2010, no Espace Mendès France, e que teve sequência em junho deste ano, em Dijon.

A grande pergunta que surgiu naquele seminario foi: democracia conseguirá sobreviver ao século 21? Os cinco principais argumentos que fundamentam a pergunta e alimentam a desconfiança quanto a uma resposta positiva e inequívoca estão relacionados nos parágrafos seguintes.

Primeiro, a capacidade de representação e funcionalidade do espaço político democrático declina. As suas instituições e atores, como os partidos políticos e os governos, não são capazes de responder às demandas de seus povos. Aos poucos, as pessoas se afastam da política, não se reconhecem nos políticos e abominam os governantes. A apatia política se alastra na Europa e nas Américas. No Brasil por ocasião das eleições de 3 de outubro, metade da população declarou que vota apenas porque o voto é obrigatório.

Segundo argumento: diversos povos e culturas do Sul têm enormes dificuldades de se reger sob o regime democrático. O mundo islâmico parece-lhe impenetrável. Com algumas exceções, como a Índia e o Japão, a democracia é uma estranha na Ásia, e igualmente na África, onde ela morre e renasce constantemente. Tem dificuldades também de se consolidar no continente americano. A resistência advém, em geral, de traços culturais de povos nativos que compreendem os processos decisórios, de representação e participação, de maneira distinta.

Em terceiro lugar, há um claro deslocamento, nos países sob regime democrático, do processo decisório do espaço público para o espaço privado. Cada vez mais as verdadeiras decisões residem nas direções das empresas multinacionais que controlam governos, organismos multilaterais e a mídia. As ações no espaço público da política tornam-se cada vez mais ritualísticas, despidas de sentido e eficácia.

Quarto ponto: o espaço da política deixa gradativamente de ser o espaço originário das mudanças sociais. Todo o século 20 foi regido pelas mudanças provocadas pelo (e no) espaço da política, opondo-se ou afirmando a democracia, desde a revolução russa, passando pelo nazismo e a vitória dos aliados em 1945, até as independências africanas nos anos 1960. Esse período encerra-se em 1989 com a queda do muro de Berlim, último acontecimento político de monta do século 20. Desde então, é o espaço das inovações tecnológicas a origem das mudanças sociais — ele cria uma nova noção de tempo e espaço, introduz novos valores e desfaz antigos.

Finalmente, a crise ambiental suscita dúvidas sobre a capacidade de os regimes democráticos implantarem políticas consistentes para enfrentar os riscos das mudanças climáticas. Opinião de um número crescente de intelectuais, entre os quais Hans Jonas e David Shearman. A razão central parece residir no antagonismo entre a temporalidade da dinâmica política e da ambiental. Uma funciona com um parâmetro de meses e a outra de décadas. Uma asseguraria a liberdade e a outra a sobrevivência. Entre as duas opções parece não existir dúvidas quando, tornando-se excludentes, os homens tiverem que optar.

Esses processos, que ocorrem desigualmente nos diversos países, se articularão com força suficiente para extinguir a democracia? E o que poderá vir em seu lugar, caso isso ocorra?

sábado, 20 de agosto de 2011

Para começo de conversa - 1 20/08/2011

A partir de hoje (20 de agosto de 2011) o Blog Crítica & Afago está público. Surgiu da necessidade de dar vazão a artigos e comentários de minha autoria sobre assuntos e temas atuais. Jornais, blogs e páginas web têm acolhido meus textos opinativos. Resolvi, entretanto, reuni-los neste blog pessoal para efeito de documentação particular e coletiva. Deixo o espaço aberto para outras opiniões e pensamentos relevantes. A oferta está feita para a exposição de ideias, para provocações e, naturalmente, afagos e reconhecimentos para os que merecem.


Homenagem

Celito de Grandi, jornalista e escritor gaúcho, comemora esta semana 50 anos de atividade profissional. Trabalhamos juntos na sucursal de Porto Alegre do extinto Correio da Manhã (RJ) e no Diário de Notícias (RS). Estivemos afastados por muitos anos e por fim nos reencontramos. Celito De Grandi mantém coluna semanal no jornal A Plateia, de Livramento (RS) e é autor de diversos livros primorosamente documentados que marcam estilo literário muito particular. Viajei de São Paulo para Porto Alegre, em duas ocasiões, para estar presente em lançamentos e sessões de autógrafo dos seus livros. A obra Diário de Notícias, Romance de um Jornal é vital para a preservação histórica e documental daquele que foi importante veículo impresso gaúcho. Nele, Celito De Grandi generosamente me incluiu como personagem. Uma honra. Ano passado ele lançou o livro Caso Klieman, a história de uma tragédia, em noite de autógrafo na Assembleia Legislativa do RS. Dias depois a obra foi sucesso na Feira do Livro de Porto Alegre (2010) e recordista de venda. Está na 3ª edição. Eu e Celito participamos como autores e com sessões de autógrafo na Feira do Livro, mas em datas diferentes. O que não nos difere é a amizade e o carinho que nutrimos, os encontros e as confraternizações que pontuamos sempre que vou a Porto Alegre. Reunimos uma pequena e fiel confraria para passarmos a limpo nossas lembranças e vivências. Pelos 50 anos de jornalismo competente, sério, correto e dedicado, cumprimento e homenageio como posso o amigo Celito De Grandi.

Sem noção do perigo

O Vale do Paraíba parece estar perdendo a noção do perigo. A população da região mais rica do eixo São Paulo-Rio é paciente e se mantém refém da ação política inescrupulosa. As administrações de importantes municípios, por mais que escondam, não conseguem abafar sucessivos escândalos. As Prefeituras de Taubaté (a campeã), Pindamonhangaba, Lorena, neste momento, revelam-se envoltas em gravíssimos atos criminosos de propinas, corrupção e má gestão do dinheiro público. Os prefeitos não conseguem ser convincentes, abafam como podem as irregularidades, desqualificam o protesto popular e se valem de artifícios jurídicos para se manter no poder. Na desonestidade, contam com a conivência de vereadores servis e são protegidos por elites de mando locais. Assumem atitudes autoritárias e perversas, mascarando a obrigação de prestar contas do que fazem errado. Mentem.

As lideranças comunitárias e das instituições, que representam a base civil de desenvolvimento e progresso dos municípios, poderiam ter participação ativa e ajudar no processo de moralização daquilo que é venal e criminoso. Não o fazem. Espertamente calam-se. Observam qual o rumo dos acontecimentos para conseguirem mais alguma vantagem particular, aquela que não se identifica adequadamente ao bem comum. Os partidos e seus políticos fogem de confrontos produtivos e nem mesmo se movimentam no sentido de apoiar vereadores ou a própria base eleitoral. Preferem as negociações artimanhosas, camufladas, que não são reveladas explicitamente. A opinião pública pouco ou nada fica sabendo. Desinformada e abandonada não age.

Tal cenário impregna, de certa forma, o social brasileiro. Entretanto, o Vale do Paraíba revela características preocupantes. A indignação popular, mesmo com expressividade, não consegue enrubescer a cara ingênua e cínica de prefeitos, e de vereadores, emaranhados no perfil dos roubos e da corrupção. Os municípios e seus habitantes estão sendo roubados sim, desprezados e enganados. Faltam políticas públicas. A educação, saúde e segurança não convencem e os problemas sociais existentes assumem proporções catastróficas. Há sangria nos patrimônios municipais e nas negociações escandalosas de doação de áreas e na guerra fiscal. Não há efetivo empenho dos legislativos municipais para dar basta às criminosas malversações existentes. A ação política não passa de compadrio. Há herança amarga, talvez impagável, deixada irresponsavelmente pelos atuais administradores municipais do Vale do Paraíba. A ética e a moral são qualidades que não compõem o juízo desses governantes e parte dos políticos ainda em ação.

A população civil deveria se dar conta, definitivamente, do grau de manipulação que a atinge. Está na hora de dar basta. Não fosse a imprensa mais independente a noticiar escândalos e corrupções, o cenário seria bem pior. E o rumo ordenado, a busca por justiça, a determinante higienização e moralização tão necessárias nas Prefeituras, fogem do comando local. Há omissão, covardia e ganância de prefeitos e vereadores que não honram seus cargos públicos. Abandonada e desprotegida, a população necessita cada vez mais da força de instituições federativas, em outras alçadas, e das intervenções que são praticadas pelo Ministério Público, pelo Judiciário e com ações decisivas da Polícia Federal, para que os crimes praticados por governantes sejam qualificados e os responsáveis punidos. É o que acontece, justamente, em Taubaté, para a vergonha e desmoralização da cidade. Graças a pior e mais corrupta administração da história, a de Roberto Peixoto (PMDB), Taubaté é ridicularizada em todo o país.

O Vale do Paraíba nunca esteve politicamente tão mal representado nas esferas estadual e federal. Mesmo sendo da região, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pouco ou nada faz nesta sua base. O partido do governo da presidenta Dilma Rousseff, e os demais que lhe dão sustentação, mostram-se vulneráveis, acovardados e inoperantes para atender e garantir sucesso às pretensões da população valeparaibana. Não há partido impune e livre de maracutaias.

Há persistente criminosa ação política em curso. Problemas sociais adquirem grandezas expressivas e inexistem medidas para solucioná-los. Há queixas e decepções de todas as grandezas e lugares. A sociedade não consegue se impor e os governantes se satisfazem nas suas incompetências. Locupletam-se, nada fazem, lavam as mãos. No Brasil a corrupção é protegida por lei. Tal concepção é de estudiosos e foi conclusiva no encontro da Convenção de Combate à Corrupção das Nações Unidas (Uncac) com o governo e a sociedade civil, há 15 dias em Brasília. Foram apontados três ‘pontos negros’ da guerra aos corruptos: falta de leis; responsabilizar as empresas, e não só as pessoas físicas por tais irregularidades; e proteção de quem denuncia a corrupção. Portanto, a diretriz para o combate ao crime de corrupção está delineada. Mas, se não há lei, não há punição. A sensação de impunidade está impregnada no Vale do Paraíba para o desespero do cidadão de bem.

Carlos Karnas
18/08/2011

Este artigo foi disponibilizado para publicação no jornal O Vale (SJC), Jornal Contato (Taubaté), Blog de Irani Lima e saite de Mario Ortiz

Faxina no lixo de Taubaté

Taubaté não poderá conviver indefinidamente com a imoralidade, a corrupção, com atos destrambelhados e a impunidade que recaem sobre a atual administração municipal de Roberto Peixoto (PMDB). O prefeito livrou-se da cassação no último dia 12. A sessão extraordinária da Câmara de Vereadores foi fraca, insossa e incompetente. Desqualificou as provas incontestáveis da comissão especial de inquérito da ACERT aprovada por unanimidade em 2010. Votos de seis vereadores – Ary Kara José Filho (PTB), Francisco (Chico) Saad (PMDB), Henrique Nunes (PV), Luiz Gonzaga Soares (PR), Maria Teresa Paolicchi (PSC) e Rodson Lima Silva (PP) – impediram a cassação de Peixoto – eram necessários 10 de 14 votos –, também impediram a imediata limpeza e higienização do executivo municipal. Independente, a Câmara deveria se enaltecer em momento histórico. Rebaixou-se.

Dinheiro. Cédulas de reais foram abanadas por mãos de manifestantes na cara dos vereadores. Gesto explícito de indignação e protesto pela não cassação do prefeito. Zombaria conclusiva que sintetiza a venalidade na política taubateana. Corrupção – provada e persistente – é a marca mais saliente da atual administração. É ela que enfeitiça, por certo, vereadores a favor do prefeito.

O que o colegiado político deveria ter feito, e não o fez, deixou para a Polícia Federal e para o Poder Judiciário. A reconquista da dignidade e a lavagem da honra de Taubaté estão na ação independente e necessária da autoridade que o município não possui. Restou para o cidadão de bem de Taubaté confiar na instância de instituições federativas, que não precisam se intimidar e se subjugar à elite do poder político local.

Foi rápida a ação da Polícia Federal para vasculhar o que está escondido embaixo do tapete, justamente o lixão da cidade. No aterro sanitário a autoridade policial, terça-feira, revirou entulho para buscar provas escamoteadas que incriminam Peixoto e a sua administração, a pior da vida de Taubaté. Se os fatos, as evidências e todo o resto que é venal e referentes ao prefeito não existissem, nada disso estaria acontecendo. É humilhante para Taubaté e população. Todos estão expostos à ridicularização nacional. Lamentável, ninguém de bem merece.

O prefeito, sua administração, seis vereadores e a elite de mando político da cidade estão moralmente falidos. Continuarão ridicularizados na voz popular. Desqualificados e sem personalidade não merecem respeito, muito menos exercem autoridade junto ao Estado e governo federal. Nada de relevante acontecerá até a próxima eleição. Advogados e a máquina administrativa continuarão blindando o prefeito e falcatruas. A cidade continuará entregue à sua própria sorte, com dinheiro e patrimônio se esvaindo para longe do bem comum. Permanecerão as singelas aparências de trabalho e realizações pífias. A cidade continuará correndo graves riscos e a ser prejudicada em futuras decisões político-administrativas. A arrogância e a prepotência do poder executivo não se dissiparão. O segredado entrelaçamento do executivo com o legislativo mantém a elite viciada no poder. Tal expressão é do próprio Roberto Peixoto, escrita por ele em mensagem dirigida ao povo de Taubaté semana passada. Pois ele continua no cargo. O seu grupo político o protege, interfere, manipula as brechas da lei, alimenta os interesses não explícitos de vereadores, subjuga o servidor municipal abnegado e coopta lideranças comunitárias vulneráveis. Tudo compromete Taubaté. O município não sai ileso do episódio da não cassação de Peixoto. A ferida política continuará exposta, purgando até o final e além do mandato dele. Mesmo que o resultado da votação da cassação fosse outro, desfavorável a Peixoto, as dificuldades seriam expressivas e o revanchismo tenderia a ser igualmente danoso. Mas o PT, que assumiria a prefeitura, também poderia fazer a faxina necessária, executar boa administração, receber ajuda federal e se fortalecer para a próxima eleição. E esse partido mostrou-se fraco. Lideranças petistas locais e regionais se acovardaram, fecharam os olhos, se omitiram na defesa de Taubaté. Favoreceram o prefeito corrupto e o PMDB local. Deixaram a vice-prefeita entregue à sua própria sorte.

Peixoto está no trono mas não terá vida fácil. Carregará o volumoso peso de acusações por crimes que cometeu e comete. No legislativo, suas irregularidades e improbidades administrativas foram provadas publicamente e ele não foi cassado. Na mídia, o noticiário não deixa dúvidas e ele não é levado a sério. Na Justiça, dezenas de ações do Ministério Público seguirão o trâmite lento e gradual até o julgamento final. Na Polícia Federal, há ação efetiva e segue a apuração do seu crime contra a economia e do mau uso de verba federal. Mais adiante haverá o Tribunal de Contas para esmiuçar atos e a contabilidade do prefeito, longe de ser fechada e referendada. O pior para Peixoto – e vereadores que estão nas suas mãos – são os estigmas: corrupto, sem honra, desonesto, falso, incompetente, imoral, venal. A pior pecha não o abandonará. Ele sempre será olhado com desconfiança e desprezado pela sua truculência. Na Câmara, poderão prevalecer movimentos mascaradamente intransigentes, mas as relações com o executivo continuarão canhestras, duvidosas e perigosas. O pior estará sobrando para quem? Há vergonha? Há vencedores? Taubaté não merece.

Carlos Karnas
16/08/2011

Este artigo foi disponibilizado para publicação no jornal O Vale (SJC), Jornal Contato (Taubaté), Blog de Irani Lima e saite de Mario Ortiz

Sem vencedores, abanam as cédulas

Dinheiro. Cédulas de reais foram abanadas por mãos de manifestantes nas caras dos vereadores de Taubaté. Foi esse o gesto definitivo de indignação, de protesto pela não cassação do prefeito Roberto Peixoto (PMDB), na madrugada de sábado, na Câmara Municipal de Taubaté. Uma zombaria conclusiva para sintetizar com o quê parte dos vereadores estão comprometidos na política taubateana. Corrupção – provada, comprovada e ainda persistente – é a marca mais saliente da atual administração municipal. É ela que enfeitiça, por certo, os vereadores Ary Kara José Filho (PTB), Francisco (Chico) Saad (PMDB), Henrique Nunes (PV), Luiz Gonzaga Soares (PR), Maria Teresa Paolicchi (PSC) e Rodson Lima Silva (PP). Foram esses que votaram contra a cassação do prefeito e seus destinos políticos estão selados. Na sessão extraordinária que durou mais de 13 horas não houve calor e produtivo confronto entre contendores, mas um significativo acompanhamento do ritual legislativo. A dinâmica de debates foi esvaziada por prevalecer o imposto por advogados de defesa de Roberto Peixoto. Candidamente, a direção da Câmara acatou-o. Subjugou-se e a sessão histórica se arrastou manhosa e cansativamente para o final previsto, sem surpresas. Safadeza e perda de tempo.

Entretanto, respeitar a vontade dos que safaram o prefeito Roberto Peixoto da cassação, é contestável. Nebuloso. Não existe. O espesso novelo político taubateano é extremamente emaranhado para se identificar a ponta do fio condutor. O sentimento público é que não foi feita justiça. Livrar o prefeito da cassação foi decisão definida nos bastidores políticos, mesmo com a maioria de oito vereadores votando a favor da saída dele– eram necessários 10 votos. Qual o custo desta conta? Quem a está pagando ou já pagou? Quem arrisca o palpite?

Manter Peixoto no poder não o livra dos seus crimes, nem da má gestão e das irregularidades administrativas que o condenam. Ele e Taubaté continuarão expostos à ridicularização pública nacional. Peixoto é zombado, está desmoralizado, continuará covarde e sem representatividade. É artífice do pior governo que Taubaté teve. Ele ainda permanecerá no trono, mas a sua honestidade, honra, dignidade, caráter e competência continuarão enlameadas no terreno frágil que o desqualifica. O volume de denúncias permanecerá ativo e prensando o prefeito no paredão. Nela a palavra corrupto está pichada com letras garrafais. E o político, mesmo com toda a sua religiosidade para pagar promessas na basílica de Aparecida, sabe das dificuldades que estão impostas para que ele mereça respeito e exerça o cargo. Essa referência é importante. Baliza relações, entendimentos, negociações e confianças recíprocas às alianças necessárias. É de se duvidar de tudo.

Na confusão estabelecida, o prefeito de Taubaté está despojado de atitudes e civilizadamente continuará sendo ridicularizado nas suas relações locais ou com autoridades do Estado e governo federal. A sucessão e acúmulo dos seus crimes não se desencantam. Continuarão documentados no ritual do judiciário que, cedo ou tarde, dará uma sentença. Nesse meio tempo, o legislativo municipal continuará amorfo. Novas ações políticas poderão surgir, talvez, visando o destino de Peixoto para fora da prefeitura. Contudo, está escancarada a porta do caráter daqueles vereadores que exercem o cargo afinados com os interesses do município e daqueles servilistas que ocupam o cargo em proveito pessoal.
 
Há relação simbiótica entre o legislativo e o executivo de Taubaté. Trata-se de viciado jogo de interesses político-pessoais que todos identificam mas nunca se é possível provar, de tão artimanhoso que ele o é. A limpeza ética e a moralização política necessárias ao município não evoluem por falta de transparência, honestidade e caráter entre os próprios políticos. A população também está passiva. Não foi arrebatadora a mobilização popular no dia 12. Naquele dia o cidadão de bem tratou de cumprir as suas obrigações de trabalho, sabendo de antemão o que iria acontecer. Aconteceu. Ele está abandonado, desiludido e envergonhado com o que acontece em Taubaté. As suas vontades são desprezadas no jogo político do poder municipal.

É fácil admitir que a atual administração de Taubaté está moralmente falida. A administração de Peixoto é venal, incompetente e não tem mais conserto. Nada de relevante acontecerá até a próxima eleição. A máquina administrativa continuará movimentada para blindar as falcatruas do prefeito. A cidade continuará entregue à sua própria sorte e o dinheiro se esvaindo para longe do bem comum. Permanecerão as singelas aparências de trabalho e de realizações pífias. Provavelmente a cidade continuará a correr graves riscos e ser prejudicada em futuras decisões político-administrativas. A arrogância e a prepotência do poder executivo não se dissiparão. O segredado entrelaçamento do executivo com o legislativo mantém a elite viciada no poder. Tal expressão é do próprio Roberto Peixoto, escrita por ele em mensagem dirigida ao povo de Taubaté semana passada. Pois ele continua no cargo. O grupo político dele o protege, interfere, manipula as brechas da lei, alimenta os interesses não explícitos de vereadores, subjuga o servidor municipal abnegado e coopta lideranças comunitárias vulneráveis. Eis o quadro que compromete Taubaté e o cidadão honesto. Essa população não festeja o resultado da última sexta-feira. O município não sai ileso do episódio. A ferida política continuará exposta e purgando até o final do mandato de Roberto Peixoto. As consequências desastrosas levarão tempo para serem dissipadas. Mesmo que o resultado da votação da cassação fosse outro, desfavorável a Peixoto, as dificuldades também seriam expressivas e o revanchismo tenderia a ser igualmente inconsequente e danoso. Mas o PT, que assumiria a prefeitura, também poderia fazer a faxina higiênica necessária, executar boa administração, receber ajuda federal e se fortalecer para a próxima eleição. Tudo o que não convém para os caciques conhecidos da cidade.

Peixoto está no trono mas não terá vida fácil. Carregará o volumoso peso de acusações por crimes que cometeu e comete. No legislativo, suas irregularidades e improbidades administrativas foram provadas e comprovadas publicamente e ele não foi cassado. Na mídia, o noticiário documentado não deixa dúvidas e ele não é levado a sério. Na Justiça, dezenas de ações patrocinadas pelo Ministério Público seguirão o trâmite lento e gradual até o julgamento final. Na Polícia Federal segue a apuração do seu crime contra a economia e do mau uso de verba federal. Mais adiante haverá o Tribunal de Contas para esmiuçar atos e a contabilidade do prefeito, longe de ser fechada e referendada. O pior para Peixoto é o estigma de corrupto, a falta de honra e credibilidade. Essa pecha não o abandonará, ele sempre será olhado com desconfiança e desprezado pela sua truculência. Os vereadores poderão fazer prevalecer movimentos constantes e mascaradamente intransigentes, mas as suas relações com o executivo continuarão canhestras, duvidosas e perigosas. O pior estará sobrando para quem? Há vergonha nesse episódio? Há vencedores?

Carlos Karnas
14/08/2011

Este artigo foi disponibilizado para publicação no jornal O Vale (SJC), Jornal Contato (Taubaté), Blog de Irani Lima e saite de Mario Ortiz

A emblemática política de Taubaté

Ao revelar o que nunca o fora anteriormente – “Vocês sabiam que um ministro de Brasília mandou-me soltar e ainda disse que eu não tinha cometido crime nenhum para ser detido e ter minha casa revirada pelos policiais?” –, o prefeito de Taubaté, Roberto Peixoto (PMDB), expõe o que pode ser considerado espantoso e a questionável interferência entre poderes da federação. Se ministro interferiu e – como ele diz – determinou à Polícia Federal soltá-lo após prisão, deve-se entender que houve manobra e interferência ministerial indevida, no mínimo estranha. Houve ação autoritária de Brasília para desqualificar os executores da lei e o Poder Judiciário em caso municipal. Será? A ação da Polícia Federal não se dá à revelia da lei ou sem flagrante. Toda detenção ou prisão de envolvidos e suspeitos em atos criminosos para investigação é fundamentada em antecedentes amparados na lei, por determinação do Ministério Público e com o aval de magistrados. Ainda mais se tratando de homem público. Na mensagem de ontem, neste espaço Ideias& de O Vale, o prefeito de Taubaté, maliciosa ou ingenuamente, expôs a sua maneira de agir: vale-se de barganhas políticas, de instâncias superiores incógnitas e nunca revela honesta e abertamente aqueles que o anteparam ou o condenam. Portanto, sua revelação é altamente preocupante para toda a sociedade civil à margem dos acontecimentos. Como pode um ministro do Poder Executivo julgar o que compete ao Poder Judiciário e ao trabalho de investigação policial federal? Se fato verdadeiro, como escreveu o réu Roberto Peixoto, é emblemático, perigoso e constrangedor. Um sinal da vulnerabilidade das instituições do país.
 
De certa forma, o prefeito de Taubaté, enfim, expõe publicamente a sua estranha forma política de agir, valendo-se de compadrios, do seu grupo político, do poder do seu cargo público, subjugando servidores municipais, valendo-se de advogados que executam manobras e manipulações nas brechas da lei e escamoteando provas que o incriminam. Isso ficou claro no ritual da comissão processante da Câmara de Vereadores, na auditoria e sessões públicas que provaram e comprovaram as irregularidades administrativas praticadas por Roberto Peixoto. A cidade foi lesada e é mal administrada. Nesta sexta-feira, justamente, a mesma Câmara Municipal se reúne para decidir a sua cassação. Dez votos de vereadores tiram o prefeito do cargo.

Nesse processo, ao contrário da mensagem do prefeito publicada ontem, não há político anônimo ou elite viciada no poder. Não há porque é Peixoto que está no cargo e os vereadores que entendem necessária a sua cassação são conhecidos. Os indecisos e escamoteados são aqueles vereadores que praticam manobras subterrâneas no sentido de tumultuar, mascarar as irregularidades e contravenções existentes na Prefeitura de Taubaté, da escandalosa administração de Roberto Peixoto. A mídia e as constantes manifestações populares, com faixas e cartazes nas ruas, documentam a contrariedade e repulsa aos atos praticados pelo prefeito, taxado de corrupto. É público.

Taubaté sofre esta vergonha nacionalmente. Ela não merece. Não houvesse indícios de irregularidades e provas incontestáveis delas, nada do que ocorre estaria estabelecido da forma como está. Não haveriam dezenas de ações do Ministério Público e de entidades civis contra o prefeito. Portanto, o desenvolvimento, a harmonia, o bom e histórico nome de Taubaté estariam preservados. Isso não ocorre. A ganância está, sim, no chefe do executivo que peca religiosamente no exercício do mandato e despreza e humilha a vontade popular. Roberto Peixoto mente e diz falsa verdade ao afirmar que nada está comprovado contra ele. No legislativo está de todas as formas. No judiciário, as ações seguem o ritual para a conclusão final. Enquanto isso, a Prefeitura está paralisada, voltada somente para a blindagem do prefeito. A hegemonia municipal está nas mãos do cidadão honesto e trabalhador. E hoje será decidida a cassação do prefeito. Aqui não há golpe contra a democracia, mas ação de moralização. Não há como Roberto Peixoto não ser cassado. 
 
Carlos Karnas
12/08/2010

Este artigo foi disponibilizado para publicação no jornal O Vale (SJC), Jornal Contato (Taubaté), Blog de Irani Lima e saite de Mario Ortiz

Decisão final - 3

Jamais se viu na história de Taubaté prefeito tão ridicularizado, xingado e enxovalhado quanto Roberto Peixoto (PMDB). Por quê? Porque é corrupto. Prevarica, não cumpre suas obrigações na Prefeitura, faz malversação de verbas públicas, é quadrilheiro, mente, é arrogante e truculento, desrespeita o Poder Legislativo, obstrui e manipula a Justiça, escamoteia documentos que o incriminam e é covarde. Roberto Peixoto, junto com a mulher e assecla, foi preso pela Polícia Federal. O Ministério Público e entidades representativas têm protocolado na Justiça dezenas de ações com graves acusações de crimes praticados pelo prefeito Roberto Peixoto (PMDB). Político de histórico pobre, na prepotência do poder sabe cooptar e subjugar servidores e manipular lideranças comunitárias inexpressivas. Especialmente vereadores taubateanos igualmente empobrecidos, que se locupletam com os interesses comuns, deles e do prefeito. Reina o favoritismo, a barganha, porque a boa ética, a moral, a séria e competente administração pública, como manda a boa regra, nada valem para essa classe política.

Será isso pouco para a sociedade e para Taubaté? Pelo contrário, é escândalo e vergonha nacional. O noticiário imparcial sobre fatos documentados, provados e comprovados, percorre o Brasil de norte a sul. O réu criminoso é o prefeito Roberto Peixoto (PMDB). A vergonha e a desonra ficam para a cidade e toda a sua população. Até quando o cidadão de bem irá aguentar tal calamidade?

O parcimonioso processo democrático de se investigar algumas, apenas algumas irregularidades notórias do atual prefeito, teve ritual inquestionável. Quem tumultuou sempre tal processo foi o próprio acusado, que deveria ser o primeiro a honrar a sua defesa e apresentar provas irrefutáveis que arruinassem toda e qualquer acusação. Apesar de todas as prerrogativas, Roberto Peixoto (PMDB) não convenceu, fugiu e deixou nas mãos de subordinados diretos e de penca de advogados estranhos à cidade, a defesa insustentável, falha e falsa em todos os aspectos.

Administrativamente, a Prefeitura está paralisada, entorpecida e sem a menor eficiência por falta de comando. O prefeito, desde o início se mostrou desqualificado na gestão pública e esse problema se agravou com as irregularidades. A cidade está abandonada e a hegemonia de Taubaté prevalece às custas da população ordeira, que trabalha, paga impostos e pacientemente contribui com produtividade para o desenvolvimento municipal. Os mais indignados levantaram seus protestos públicos, seus cartazes, suas faixas e manifestaram suas críticas contra o prefeito. Os vereadores servilistas, e que compactuam politicamente com Roberto Peixoto (PMDB), continuam a criar anteparas artimanhosas para respaldar o prefeito corrupto. Na sanha do poder, prefeito e vereadores servilistas desprezam a integridade para ridicularizar a população e eleitores. Nessa condição baixa e inconsequente é que eles se sustentam no mandato e vão empurrando Roberto Peixoto (PMDB) no seu trono. É totalmente imoral.

Taubaté corre perigo. A população está desprotegida e boa parte do legislativo não está dando ouvidos e considerando os protestos do cidadão que está nas ruas. Está estabelecida uma batalha política de menor envergadura e que não permite a reoxigenação da cidade. Há improdutividade. Todos estão perdendo tempo em momento que se exige trabalho, união, harmonia, seriedade e competência para se sustentar o desenvolvimento da cidade e o bem estar da população. A questão maior da cidadania não é levada em conta. Portanto, não há mais o que ser discutido ou avaliado. É hora da decisão e será na próxima sexta-feira, dia 12.

A Câmara Municipal vai se reunir e os vereadores, com apenas 10 adesões, poderão cassar o prefeito Roberto Peixoto (PMDB). Inacreditavelmente poderão faltar votos para a cassação, por conta dos vereadores que envenenam a seiva digna, honrada e histórica da cidade. Eles querem se locupletar e sorver até a última gota possível desse manjar. Mal sabem avaliar o grau de destruição moral do ato que praticam. Mais cedo ou mais tarde a cidade vai ter que curar as suas feridas, se recuperar e varrer todo o lixo acumulado e que está fedendo. O único remédio louvável e recomendável é a cassação do prefeito Roberto Peixoto (PMDB). Não há como ele não ser cassado. Não há qualquer justificativa para que os vereadores votem na permanência do prefeito. Quem votar contra a cassação estará se condenando. Alguns irão fazer justamente isso por já estarem condenados. São esses que sustentarão a corrupção em Taubaté até as últimas consequências. A transparência e a dignidade exigem o voto aberto, às claras, para a dignidade dos próprios vereadores em nome do cidadão honrado de Taubaté.

Carlos Karnas
10/08/2011

Este artigo foi disponibilizado para publicação no jornal O Vale (SJC), Jornal Contato (Taubaté), Blog de Irani Lima e saite de Mario Ortiz

Decisão final - 2

Taubaté mantém sua hegemonia graças e unicamente ao esforço cotidiano e sensato da população íntegra, trabalhadora, ordeira e honesta. O cidadão que produz e paga seus impostos, sem regalias, é que mantém a dinâmica e a vitalidade municipal. Felizmente. Se dependesse só do poder público, o caos e a desgraça seriam bem maiores. Provavelmente a história do município jamais tenha registrado inquestionável calamidade administrativa como a do atual governo, do prefeito Roberto Peixoto. Elegê-lo foi engodo e o desastre administrativo municipal está sedimentado desde o início da sua administração. Entretanto, tal desastre assumiu proporções consideráveis e incontroláveis diante da corrupção, malversação, má gestão pública, formação de quadrilha, fluxo de propina e todo o resto. Está provado e comprovado em todas as alçadas democráticas locais. As irregularidades praticadas por Roberto Peixoto são tão visíveis e escandalosas que extrapolaram os limites da cidade para se tornarem de domínio público nacionalmente. Não há que contestar ou duvidar da exposição dos fatos e verdades. Cínica e candidamente, Roberto Peixoto vibra o mesmo diapasão: “perseguição política”. Coitado do miserável que lamuria a própria insensatez e se diz tão injustiçado. Um argumento tão ordinário que só pode sair da boca arrogante de político despojado de honra, competência, integridade, hombridade e honestidade

Covarde e dissimulado, o prefeito Roberto Peixoto não governa ou administra Taubaté há muito tempo. Descobertas as suas falcatruas, ele se vale criminosamente da estrutura pública municipal para tratar dos seus interesses pessoais. Isso é errado, irregular e criminoso. Tenta se defender ludibriando a população. Esta, sim, a verdadeiramente penalizada e espoliada pela insensatez e mediocridade do governante que trilha o limite da mente conturbada e mal-intencionada. Tamanha insânia de Roberto Peixoto faz cooptar subordinados, pares políticos de má reputação e determinados vereadores que, por si só, já não mais poderão sobreviver com respeito e dignidade.

Sustentar-se, defender-se na corrupção exposta e no caos administrativo municipal estabelecido parece ser a total sanha do prefeito. Dependente da penca de advogados, ridiculariza a população, compromete Taubaté, menospreza o poder legislativo, burla e dificulta a Justiça. Sobrevive na manipulação de artimanhas legais e na lentidão do judiciário. Medroso ou truculento, engana e foge dos oficiais de justiça. Tal procedimento tem nome: obstrução. Vigora a safadeza. Só pulha, réu acuado para fugir da pena de crime, é que pratica essa instância do desespero. E será que a conta advocatícia está saindo do bolso de Roberto Peixoto? Ou do partido? Quem está a pagar? Também não lhe sobra mais tempo para nada. Todo o resto necessário e indispensável à cidade ficou para o suor do funcionalismo público municipal e para os subordinados diretos de Peixoto, obrigados a fazer o devido anteparo e mascarar para a plateia a atividade do prefeito que inexiste.

É lógico e coerente se supor que, se não houvessem indícios sólidos, também não haveria a sua incriminação, a avalanche de questionamentos públicos, de inquéritos, de ações parlamentares, da Justiça, de intervenções em órgãos municipais e até mesmo a prisão do prefeito, da sua mulher e assecla. Mas toda essa vergonha ocorreu e continua ativa. Poder-se-á supor um único responsável, mas a vitrine exposta é a da cidade de Taubaté e toda a sua população. Ninguém merece tal vergonha. A história honrada do município e o rol de nomes taubateanos dignos, que engrandeceram a nação, não merecem o que agora está estabelecido, irresponsavelmente pelo atual prefeito. As incontáveis manifestações populares de protesto contra Peixoto atestam que a Câmara de Vereadores deve, enfim, cumprir a sua missão.

Esta semana é decisiva. Consolidado o ritual democrático em todas as instâncias legislativas de investigação, auditoria, tomada de depoimentos e discussão, os vereadores podem determinar a cassação do prefeito. É definitivo. O processo foi justo e íntegro, com o apoio da população. Roberto Peixoto mereceu toda a atenção e regalias para se defender. Não o fez, mandou prepostos. Quando esteve na Câmara Municipal foi evasivo, mentiu e não convenceu. Covardemente fugiu, ou dificultou, ou tumultuou a sessão, se valeu de terceiros e de advogados para mascarar os seus crimes e para escamotear provas. É público isso.

A consequência é iminente: são precisos 10 votos parlamentares para cassá-lo. Pois eles poderão não existir, inacreditavelmente. Por quê? Por causa da venal e medíocre política de determinados vereadores que sempre se locupletaram com o governo municipal, jogando a honra, independência, integridade, moral e ética para baixo da sola do sapato. Caso Roberto Peixoto não seja cassado, a responsabilidade estará direcionada à covarde e cínica postura dos vereadores que estiverem a seu favor. Nesse caso, esses legisladores municipais poderão estar vinculados aos mesmos atos criminosos que envolvem o prefeito. Também, em determinado momento, serão penalizados e merecerão repúdio e desprezo do cidadão honrado e de bem. Pior, poderão ser responsabilizados por qualquer convulsão maior da população. Taubaté corre perigo.

Roberto Peixoto deve ser cassado. Se não o for, mesmo assim o seu reinado continuará tumultuado e inviabilizado. Ele não terá a mínima condição de governabilidade para terminar o seu mandato. Não haverá qualquer coerência, decência e honra para o resto da sua administração. A Câmara de Vereadores passará também a correr o risco de ficar envolvida em eterna discussão política inconsequente e desnecessária, deixando de lado a apreciação de atos e medidas que devem delinear as soluções de problemas da cidade e mantê-la no rumo íntegro do desenvolvimento harmônico e saudável para o bem-estar e felicidade da população. Definitivamente, o cenário futuro é preocupante para Taubaté, caso não ocorra a cassação do prefeito. Portanto, é hora do discernimento. Se o único remédio é ruim, pior sem ele. Não há como conviver com bandidagem.

Que os vereadores indecisos tenham nobreza política e assumam o caminho em labirinto confuso para a saída honrosa. Cabe a população continuar mobilizada em favor da moralidade e da eficiência do poder público. É necessário insistir até as últimas consequências para que a Câmara Municipal de Taubaté tenha dignidade, assuma o que lhe compete e mereça o respeito que deve merecer. Não há outra saída. A reoxigenação política é inevitável. Infelizmente, eis o panorama para se sepultar peso morto que ridiculariza Taubaté. Caso não aconteça, existirão outros incontáveis pesos mortos para o desespero do cidadão. Não há como Peixoto não ser cassado.

Carlos Karnas
06/08/2011

Este artigo foi disponibilizado para o jornal O Vale (SJC), Jornal Contato (Taubaté), Blog de Irani Lima e saite de Mario Ortiz

Decisão final

A semana promete ser agitada em Taubaté. Olhos e ouvidos estarão atentos à sessão da Câmara de Vereadores que poderá pedir a cassação de Roberto Peixoto. O frágil histórico político e o fantástico volume de provas das irregularidades, corrupção, malversações, propinas, formação de quadrilha e todo o resto que envolve o prefeito taubateano e sua administração, não podem mais ser desprezados e considerados letra morta. Pelo contrário, são acusações graves, provadas e comprovadas para que o caso chegue ao limite das consequências. Ao longo dos últimos meses a cara de Roberto Peixoto, suas feições e suas atitudes o recriminam. Nada houvesse contra ele, a Polícia Federal não o teria detido e inexistiria o manancial de ações jurídicas pontuais contra o prefeito, muito menos o movimento político para a sua cassação. Ninguém perderia tempo com isso. Entretanto, não dá para falsear fatos e verdades. Todos os atos do prefeito agregam agressividades do acuado que não quer pagar pelo crime praticado. Suas pobres e lastimáveis declarações, as manobras praticadas pelos seus advogados e vereadores servilistas comprovam, por si só, a culpa de um réu. O prefeito e sua camarilha insistem em tratar o taubateano com desdém, como se a população fosse idiota. Peixoto sobrevive em meio à política baixa e venal, burlando e se esquivando de oficiais de justiça, da mídia imparcial, fugindo do confronto direto na Câmara de Vereadores, articulando politicamente o que pode para se safar do problema que ele mesmo arranjou para si. Ou seja, Peixoto é covarde. Coloca-se na condição de homem público desqualificado e venal.

À medida que ele sustenta e insiste ser inocente das acusações, deveria ser o primeiro a facilitar e defender, com competência e provas dignas, essa sua suposta inocência junto ao Poder Legislativo e Poder Judiciário. Entretanto foge ou não convence diante de todas as oportunidades legais que lhes são colocadas à disposição. A soberba, a falsidade, a mentira e o caráter inqualificável não mais contribuem para que Peixoto seja respeitado. Sua suposta moralidade e ética deixam de ser referências nobres em Taubaté ou em qualquer outro lugar. O homem público faz crescer a truculência, o rancor e a falsidade. O município e a sociedade não merecem isso. O pior, no jogo do poder, é se identificar determinados vereadores engalfinhados em querer defender o indefensável. Aqueles aliados à postura servilista e venal tão evidente, dão mostra clara de desserviço legislativo e público. Entretanto, quem poderá entender as características peculiares da política de Taubaté? A cidade e a sua população que aguentem. Os justos que se desesperem. O fato é que a cidade se mantém e cresce em meio ao caos da administração municipal. O cidadão digno trabalha, produz e paga seus impostos, mesmo sabendo que esse dinheiro servirá para outros fins, distantes do bem coletivo. Portanto, está chegando a hora de se apor o ponto final na história da relaçáo do prefeito Peixoto com Taubaté. Caso contrário, tudo virará histórias das mil e uma noites, fantasiosas e sem fim, na Taubaté que tem sangue e energia para varrer o corrupto. A sociedade taubateana deve, sim, honrar e sustentar a grandeza dos nomes e personalidades que são exemplos das histórias dignas e verdadeiras para toda a nação. Com consciência limpa e alma lavada, a cidade poderá fazer valer aquilo que lhe compete, para continuar a crescer e ser feliz, com honestidade, dignidade e justiça. Não há como Peixoto não ser cassado.

Carlos Karnas
05/08/2011

Este artigo foi disponibilizado para publicação no jornal "O Vale" de São José dos Campos, "Jornal Contato" de Taubaté, "Blog de Irani Lima"  e saite de "Mario Ortiz"